quarta-feira, 28 de abril de 2010

A menina que era colorida

Há um ano ela deixou meu mundo e minha vida mais coloridos, tons de verde limão, rosa choque e laranja passaram a fazer parte das minhas manhãs, bem como a música latina passou a fazer parte da minha trilha sonora. Há dezenove anos ela faz isso com o mundo. Sei que pode parecer exagero, mas ela sabe que eu sou assim; exagerada. Então que seja assim, tudo ao extremo, sejam as cores seja nossa amizade.
Nunca imaginei um dia me encontrar com uma folha de papel em branco pra escrever sobre ela. Desde o começo sabia que ela faria parte do meu círculo de amizades mais íntimas, mas pra mim isso só seria por convenção. Eu pensava “Nããão, nós somos diferentes demais, com absolutamente NADA em comum. Simplesmente não tem como essa amizade vingar.” Simples assim. E hoje eu agradeço por estar errada, por minhas primeiras impressões serem rapidamente apagadas de minha mente.
Não sei ao certo como tudo começou, só sei que a partir de um certo momento você passou a ser indispensável. Foram mensagens, enquetes, jogos de truco e presidente, conversas nas aulas, aulas que a gente matou, risadas, cursos, almoços femininos, brigas, choros, consolos, broncas, histórias e assim, desse jeito eu já não podia mais imaginar meus dias mais pretos, cinzas, vermelhos. E quando, por acaso, assim o foram eu sentia alguma coisa faltando. Era o verde limão, o rosa choque, eram as cores. Era você.
Você me ensinou que mesmos os opostos podem ser sucesso, sensacional e acrescentar muito mais que pessoas ditas normais. E no meio disso tudo eu acabei encontrando alguém bem parecida comigo em todas as (nossas) diferenças. Porque é assim que você é: diferente e igual. E é assim que você consegue conquista TODO mundo a sua volta, com a sua simpatia, alegria, tornando impossível ter raiva de você por mais de cinco segundos.
Eu sinto o maior orgulho e felicidade de poder de chamar de amiga! E é claro que hoje você ia dar o ar de sua graça por aqui. No seu dia. Eu só tenho a te desejar tudo de melhor que o mundo tem a te oferecer. Na verdade, pensando agora tudo parece ser bem clichê, mas é como eu falei, o que importa é ser verdadeiro. Eu te amo, Gabriela Andrade! Muitos e muitos anos de vida e com certeza de amizade, sua estrainha e nerd do meu coração!

domingo, 25 de abril de 2010

Diálogos, parte II

I can see it in your eyes
You feel the same about us as I
There is no way the truth can be disguised
You're still in love with me
You were never really out of love with me
Your eyes don't lie
-A gente precisa conversa né?
-Fala!
“Isso é tão típico dele” – pensou ela.
-Até quando a gente vai fica nisso?
-Nisso o que?
-Nesse joguinho idiota!
-Que joguinho idiota? Fala logo! Você enrola demais.
-Esse joguinho que eu fico o tempo todo tentando faze você não fica puto comigo e você fica sendo grosso.
-Eu não fui grosso.
-É... você nunca é grosso!
-Eu não disse isso. Eu disse que agora eu não fui grosso.
-Eu odeio isso! Eu odeio esse jogo estúpido! E você sabe disso.
-...
-O que você quer afinal? O que você quer que eu diga?
-Nada! Você não precisa falar nada! E eu nem quero isso.
-Ta.
-Ta.
....
-Você sabe que eu odeio briga, principalmente com você.
-Você já me disse isso, no mínimo, umas trinta vezes.
Aquela cara que ele fazia, aquela, mexia tanto com ela. Ele sabia! Não era possível. Por que ele a faria naquele momento então?
-Eu me importo com você, com a sua opinião. Talvez até mais que eu devesse. Eu já tentei não me importar, mas não consegui. Eu gosto de você! De verdade! De um jeito diferente, inédito. E eu sinto muito por tudo.
-Não é suficiente. Você sabe disso. Não é assim que funciona. Eu te falei, não vai ser igual antes.
-Eu sei e não é igual antes. Mas a gente ainda pode conserta tudo.
-...
-Diz que você não sente mais nada! Olha no meu olho e fala.
-...
E então eles se beijaram. Um beijo longo, até quente. Um beijo deles, tão eles. E depois se abraçaram. E não precisaram de mais nada. Tudo fazia sentido. Eles ainda
eram eles.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sempre você

But I never told you
What I should have said
No, I never told you I just held it in
And now, I miss everything about you
Can't believe that I still want you
and after all the things we've been through
I miss everything about you
Eu te vejo eu tremo, minhas pernas tremem, minhas mãos tremem. Meu coração dá saltos, dispara, parece q vai pular do meu peito. Meu estômago fica cheio de borboletas, dá cambalhotas. Parece que meu mundo para, ou fica todo em slow motion. Um sorriso completamente bobo invade meu rosto e tudo ao meu redor se ilumina. Até o chão que eu piso, de repente não parece ser tão sólido e sim feito de areia. É como se eu ganhasse meu dia; alias você tem esse dom: o de transformar meu dia. Não sei... Nunca tinha sentido isso antes! Não me parece normal, não pode ser normal. Definitivamente não é normal!
Mas quem foi que disse que tem que ser normal? Pensei, mas no fundo sempre soube que isso é verdade. Tem que ser verdade, porque com a gente nada nunca foi normal. Nossa história pode ser considerada tudo, menos normal. Você chegou, apareceu do nada e assim, desse jeito, com esse seu jeito bagunçou toda a minha vida, me fez questionar, pensar, repensar, me fez ver um outro lado nunca antes imaginado. Aquela voz na minha cabeça me diz que eu também causei isso tudo pra você, e ela me diz com tanta certeza. Ela me diz que toda vez que me você me vê você treme, também.
Eu já tentei, tentei muito. Te encontrar em outras pessoas, te esquecer, não me importar com você, com a sua vida e com a sua opinião, tentei apagar as lembranças que teimavam, sempre em vir a tona na minha cabeça. Pensei que um “simples” texto terminaria nossa complexa história. Mas tudo foi em vão porque não é minha culpa que toda noite quando eu deito minha cabeça no travesseiro é em você que eu penso. É de você que eu lembro. São nossas cenas, só nossas, que passam como um filme, nosso filme. E eu já desisti. Esse sentimento não diminui, parece só crescer. É inegável, impossível de sufocar.
De um jeito ou de outro você me faz flutuar, você com seus defeitos, qualidades e tudo que forma sua personalidade e seu jeito; sempre me arrasta para perto de você. De modo inesperado você surge, e você faz aquela cara, aquela sua cara, tão sua e me conquista, me desarma. Não sei se é destino, não sei nem mais se ainda acredito nele ou não. Só sei que eu percebi, meio como uma epifânia, que pra tudo isso só existe um nome... O seu.

domingo, 18 de abril de 2010

Bases

Life is just too short
For us to never be in touch
That’s why I wanna tell you
That I love you very much




Não teve um dia que você simplesmente foi embora, saiu. Mesmo porque nossa vida nem sempre acontece como nos filmes de Hollywood. Não, com a gente foi tudo aos poucos. Primeiro você ia por um dia, depois um final de semana e assim foi indo, progressivamente, até quando você passou um mês e depois foi tudo definitivo. Sem conversas, sem choro, sem despedidas tristes e emocionadas no aeroporto; sem nada disso. Foi simples, foi sua decisão. Talvez só sua.
É assim que você é, e é por você ser exatamente assim que eu sinto tanto orgulho de você, que eu te admiro tanto. Você é o que chamam de exemplo de vida, sem dúvida nenhuma. Seja por sua história de vida, pelo seu sucesso, ou qualquer outra conquista nesse estilo. Você é aquela pessoa em que me espelho, aquela pessoa que se eu for metade já cumpri minha meta de vida.
Talvez seja por isso que a gente tenha um relacionamento, às vezes tão simples e às vezes tão complicado. Talvez eu seja uma mini-você e você enxergue isso, mas nunca gostamos de nos ver nos outros, principalmente se tratando de alguém tão próximo. Quando isso acontece vemos tanto nosso melhor quanto nosso pior, de maneira extrema.
É claro que eu não sou cem por cento você, existe uma mistura. Cinqüenta por cento de certas características minhas foram adquiridas através da minha outra metade. Eu sei que você também a vê em mim. Sou teimosa, cabeça dura, de certa maneira persistente e determinada, mas também sou preguiçosa, adoro sair e ir a festas, sou imatura, em certos aspectos irresponsável.
No fundo eu queria ser sua princesinha. Eu queria ter tido mais tempo ao seu lado. Mas não um tempo gasto com “conversas” sobre coisas tão sérias. Sei que isso é de extrema importância também. Mas eu senti e sinto tanta falta de um tempo gasto com conversas simples, cotidianas. Queria ter mais lembranças suas e lembranças com você. Queria não ter perdido o encanto, perdido a magia, perdido o herói que eu via, perdido a isenção de defeitos e a completa presença de qualidades.
Eu percebi com o passar do tempo que apesar de tudo e acima de tudo você é humano, igual a mim e a todo mundo. Mesmo te colocando num pedestal você também tem seus traumas, suas limitações, suas crises e afins. E você tentou superar tudo isso e ser a melhor pessoa pra mim. Você tinha a missão de me ensinar tudo sobre o mundo que eu estava e estou descobrindo. E eu te amo muito! Mesmo não conseguindo expressar, dizer; eu sinto. Não sabia que era tanto até você ir embora, até eu passar quarenta dias sem te ver. Talvez minha vontade seja só fazer mais parte da sua vida. Não estou querendo parecer ingrata nem nada do tipo, porque eu sei que é impossível você ter tomado essa decisão sem pensar, isso não é você. Minha razão fala a todo o momento que é pro meu bem, pro nosso bem. Mas meu coração fica apertado e triste também a todo o momento.
E quem sabe esse coração apertado não seja a prova de tal amor? Quem que você sempre me disse que as maiores lições são aprendidas e tiradas dos momentos não tão bons. Mas saber que o Rio de Janeiro nem é tão longe e eu tenho você pra chamar de pai já vale o mundo. Eu te amo!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Diálogos

-O que foi?
-Nada.
-Faala!
-Tava te olhando e pensando na sorte que eu tenho!
-Sorte?! Como assim??
-É... sorte.... de ter você comigo.
-Ué, mas eu não sou a menina mimada, teimosa, criança, imatura?
-Mas vale a pena!
-Quando?
-Seempre!!

-Você é lindo....

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Saber

O que me mata é a dúvida. É não saber, não entender. É o viver e o gostar não serem ciências exatas. Não estou, de jeito nenhum, negando o “algo a mais” que tais tipos de incertezas trazem. Muito pelo contrario, tantas e tantas vezes é exatamente isso que nos atrai e sem o menor receio admito que repetidas vezes foi precisamente isso que me encantou.
Só que existem momentos que o que mais a gente precisa é saber e confesso, de novo que é propriamente com um desses momentos que eu não contava e que eu me encontro. “Só” saber.
Saber se ele continua tão sério, tão maduro, tão cheio das piadinhas, dos sermões, das lições de moral, dos gestos, caras e bocas, aquele jeito tão indescritível dele, tão ele.
É saber se eu continuo eu mesma, aquela menina que eu era com ele. Saber se eu consigo ser quem eu quero ser sem deixar de lado características que admiro. Se eu vou conseguir...
Saber também se a gente continua sendo a gente. Se sempre vai ser assim ou não. É saber se você jogou ou não tudo fora, se você esqueceu e apagou tudo. Saber que decisão tomar num caminho que a partir de agora está cheio de encruzilhadas. É saber se nós e tudo que aconteceu, agora gira (exclusivamente) em torno de um jogo. Porque eu cansei de jogar, alias, com você, eu já parei de jogar faz tempo.
No fundo, talvez, eu devesse parar de escrever e falar. Talvez eu devesse parar de me esconder e parar de ter medo. Talvez eu devesse te contar para que assim você pudesse, finalmente, saber. Talvez você devesse me escutar (ou ler). Talvez você precise desabafar e jogar tudo na minha cara. Talvez...
Realmente, o que me mata é a dúvida. Você devia saber. Você precisa saber. E eu também.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Ela

Ela queria fugir até que quando tentou percebeu que não tinha pra onde ir. Não tinha a quem recorrer. Talvez fosse culpa dela; talvez não, fosse só o destino, mas ela se sentia tão sozinha. E ele fazia tanta falta!
Ela queria melhorar! Ela também queria que as melhores lhe entendessem, apoiassem, ouvissem, dessem colo, carinho e abraços. Não podia sequer pensar que elas podiam não se importar. Frases mal formadas surgiam em sua cabeça, mas ela não conseguia pronunciá-las. Silêncio. Insuportável. Ela queria pedir ajuda, mas não sabia como. Morria de medo de não ser aceita. De não ser mais amada. Pela primeira vez não tinha a menor idéia do que fazer e precisava mais que nunca de um guia, de alguém que pegasse na sua mão e lhe mostrasse o caminho. E estivesse sempre por perto. Um apoio. Um escape. Um porto seguro.
Ela tava cansada. Tão cansada a ponto de não ter mais forças. Sua máscara já estava quase no chão. Não queria ser menos normal por isso. Tinha medo de ser a pessoa por trás da maquiagem mesmo ouvindo que era muito mais bonita assim. Já não agüentava mais se esconder atrás de seu personagem. O “ela” criado já não era mais atraente nem nada do que tinha sido no passado.
O passado parecia tão mais legal. Sonhava em achar um jeito de voltar correndo pra ele. Ela fora tão feliz! E sempre soube. Por que não podia ser assim agora? Onde foi que ela se perdeu de tal maneira? Como ela pode ser tão burra? Doía, e como doía. Pela primeira vez se sentia assim. Era feio. E por ser assim tentava manter uma imagem forte. Em vão. No fundo sabia. Porém, era a única saída que via.
Todos deviam saber, ele devia saber. Difícil imaginar sua impassibilidade, se ela não tivesse presenciado não acreditaria. Amigos... é difícil ser amigo. Sempre temeu não ser uma boa amiga. Ela se importava. Ela não queria ficar assim, não queria mais grosserias e falta de paciência e amargura. Mas não ia ficar fingindo, não ia ser algo que não era e que sabia que nunca fora. Mesmo com todas as mudanças não ia deixar de ser fiel a ela mesma. Era difícil, ela estava com medo. No entanto, sempre fora fã de desafios e com certeza estava frente de um. É... bem que ouviu por ai que o que cai do céu não tem a mesma graça. E ela tinha tanta graça, a vida tinha tanta graça, viver tem tanta graça. No fundo ela sabia. Era só uma questão de tempo até ela achar isso de novo, se achar e se descobrir. Talvez essa fosse a graça.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Duas, elas duas

Duas meninas. Duas mulheres. Duas vidas. Duas histórias. Dois passados, dois presentes e dois futuros. Uma loira e a outra morena. Teoricamente, uma cansada e a outra elétrica. Duas papetes. Duas dores unidas tornando-se uma só. É... naquele dia era como se elas fossem uma só. Dois olhos verdes e tristes e cheios de lágrimas que escorriam. Lágrimas que se uniam. Aquele lugar.
Elas deviam ter esperança, nelas mesmas, num futuro melhor, na vida, em tudo; mas era dificil. Estava dificil. Aquela força que vem do nada tinha que surgir, mesmo. Ainda tinha tanta coisa pela frente, tanto por vir.
-Eu te amo! A gente já passou por tanta coisa juntas e a gente vai supera mais essa. Juntas. Como sempre.
-...
E o silêncio companheiro imperou. Elas estavam ali, uma para outra e isso bastava.