quarta-feira, 31 de março de 2010

Ser

Sim, eu sou uma pessoa feita de defeitos e qualidades. Sei que parece óbvio, mas tal fato é esquecido com uma freqüência muito recorrente. Apontar o dedo e julgar falando que o que eu faço é certo ou errado ou ridículo é fácil demais. Difícil é ser. Alias, bem difícil.
Se grandes filósofos já dedicaram tantas teorias e tempo com tal questão, não seria diferente comigo. Ainda mais quando definições sobre nós mesmos se tornam limitadas para mostrar ao mundo quem somos de verdade. Mas afinal, quem eu sou? Sempre achei que eu devia ter uma resposta pronta pra tal pergunta. E hoje eu não tenho. Atrevo-me a dizer que nunca tive e nunca terei. Percebi, no entanto, que até mesmo tal resposta é uma limitação tornando-se, assim, desnecessária. Eu sou mais, muito mais, que meras características colocadas em ordem. Todo mundo é. Além disso, cada dia é um dia e por ser diferente nós mudamos. É como se deixássemos de ser nós mesmos sem deixar. Uma certa mistura do meu velho com o meu novo eu.
Sou uma menina que devia ser mulher. Sou uma mulher com jeito de menina. Sou um misto de menina e mulher. Sou fiel ao que eu sinto. E eu sinto, muito. Sou quase movida pelo sentir. Tenho vontades e as realizo. E agora eu só quero ir pra casa de novo porque é como se eu tivesse em reparo, me cuidando porque é difícil ser. E eu sou, “simplesmente” eu.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Palavras "soltas". Palavras ao vento. "Só" palavras

Sono. Máscara. Maquiagem. Café. Vicio. Preguiça. Aulas. Preguiça. Jogos. Apostas. Crises. Confusões. Medos. Preguiça. Sono. Saudade. Social. Observação. Conversas, algumas das melhores possíveis. Elas. Ele (s). Confissões. Confiança, crescente. Encheção de saco. Falta de paciência. Risadas e gargalhadas, também as melhores possíveis. Alegria. Sorte. Sono. Preguiça. Várzea. Uma certa paz. Trabalhos. Textos. Sentimentos. (Tentativas de) Compreensão. (Tentativas de) Se conhecer. Vida. Viver. Escrever. Falar. Achar. Criar opiniões. Identificação. Cumplicidade. Simplicidade. Complexidade. Saudade. Nostalgia. Duvidas. Musica. Musica. E musica. Festas. Bebida. Cerveja. Fotos. Risadas. Historias. “Eternidade”. Decisões. Escolhas. Uma certa efemeridade. Mente inquieta. Mente viva. Bipolaridade. Pensamentos. Certezas. Incertezas. Apoio. Conhecimento, em todos os sentidos. Intimidade. Bases, algumas ruídas, outras sendo construídas. Aprendizado. Rotina, rotineira. Alegria. Desejos. Vontades. Estar. Ser. Ter? Ser feliz, acima de tudo, apesar de tudo. Sempre. Desafio? Necessidade? Jeito de viver, jeito de levar a vida.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Sobre o escrever

Escrever sempre esteve muito presente na minha vida, desde quando nem me lembro direito. Com o passar do tempo, dos anos e de meu amadurecimento o ato de escrever ganhou e perdeu espaço dentro e mim. Digo ganhou porque em diversos momentos fiz disso meu apoio e perdeu já que crescer é um saco e em tantos momentos, por diversos motivos advindos de viver, esqueci de tal paixão.
E, sim, hoje eu chamo o ato de escrever de paixão. Em tantos momentos subestimei o que sempre me atraiu tanto. Mas a vida, sempre cheia de idas e vindas, me deixava a todo o momento no mesmo lugar, com um papel e uma caneta e meus vários sentimentos confusos, mistos e complicados tais como eu. E sempre nesses momentos que eu sabia que eu precisava me encontrar e foi a escrita que me ajudou; se não a me encontrar como pessoa me ajudou a encontrar a paz necessária para continuar.
Apesar de não gostar de definições, hoje percebi que meus textos são minha válvula de escape nesse mundo louco, meu encontro comigo mesma quando me sinto perdida, meu mundo paralelo. Pode não fazer sentido, mas nunca, pra mim tudo pareceu tão obvio e claro.
Quando decidi fazer o blog fiquei muito insegura e com medo de não ser boa o suficiente, com medo de meus textos não serem bons o suficiente, com medo de não agradar, com medo simplesmente. Escrever pra mim sempre foi complicado já que quando coloco todas as palavras no papel estas são a tradução dos meus pensamentos, do que se passa na minha cabeça de uma maneira simplificada e (muito) mais organizada. Apesar de não parecer sou tímida e quando escrevo essa timidez parece não importar pra mim, ocorre uma completa entrega. No entanto, quando descubro que alguém leu o que eu escrevi, quando descubro que alguém “leu minha mente, meus pensamentos” me sinto desprotegida, nua, vulnerável.
E hoje me senti muito assim, talvez ate por conta da pressão que eu mesma coloquei sobre mim. Fiquei com medo de ser repetitiva, monótona a ate mesmo fútil. Não queria que pensassem “Que saco, ela sempre escreve sobre a mesma coisa!”. Foi ai que de novo me encontrei com o papel e a caneta e meus sentimentos pra tenta entender tudo isso.
Li por ai que a escrita é uma produção artística e eu sempre enxerguei os artistas como pessoas passionais, movidas cem por cento do tempo por seus sentimentos, paixões, pensamentos e vontades. Nunca, nem de longe, os achei fúteis. Pelo contrario, simpatizo com eles e até meio que me identifico. Li também que quando se deixa influenciar por fatores externos tudo isso perde sua essência.
Pois é, percebi que posso ser repetitiva e monótona, mas eu sou movida a crises, sentimentos, confusões e passionalidade. Sou intensa e transmito tudo o que sinto através de meus textos e que se não for assim talvez não valha a pena pra mim. Ao mesmo tempo a vida está aí pra corrermos riscos e escrever também é um risco, uma exposição e às vezes devemos nos arriscar e nos expor em algo nunca antes imaginado, e arriscar talvez me faça bem. É claro que agradar a todos é algo impossível, mas já me dou por satisfeita se alguém, uma pessoa que seja, se identificar com tudo o que eu quero falar, se o que eu escrevo tocar a vida de alguém como tantas vezes o que outras pessoas escreveram me tocou, fez com que eu me identificasse e por um segundo pareceu mudar minha vida, me fez ter vontade de mudar e mudar o mundo, o mundo ao meu redor, as pessoas ao meu redor. Isso já me parece uma tarefa e tanto. E só isso parece importar, é como se só isso bastasse, a “arte” de escrever feita por uma “artista” passional e apaixonada pelo seu mundo paralelo, feito de suas crises (fúteis ou não), desejos, paixões, pensamentos e vontades.
Termino por aqui minha digressão. Muito mais leve tranqüila e compreendendo um pouco mais de tudo e muito mais apaixonada pelo escrever.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Marcelo

Te conheço, mais ou menos, o mesmo tempo que me conheço do jeito que sou hoje. Alias, quando te conheci estava começando o longo e inacabado processo de autoconhecimento. E você fez parte dele, apesar de todas as nossas fases afastadas.
- Um dia você vai escrever sobre mim?
- Não sei, dependendo do que acontecer.
E você fez e faz acontecer. Seu jeito, meu jeito, nossa amizade. Alias, fudida agora. Nossas longas, intermináveis e, ás vezes, inacabadas conversas sobre tudo; desde do quanto estamos ferrados com os milhões de trabalhos de duas faculdades "inimigas" até sobre a Playboy da Tessália. Coisas que só a gente entende, até mesmo quando eu não entendo. Coisas que já ultrapassaram há muito tempo a tão prezada, por mim, linha da amizade. E você ri quando eu digo isso. "É a gente, sou eu, é você!"
Duas pessoas tão iguais e tão diferentes e assim tornam tão completas. É... é a gente. Não encontro frase melhor, talvez pela nossa complexidade e, por incrível que pareça, talvez, pela nossa simplicidade. Talvez eu esteja sendo pouco clara e muito repetitiva, talvez eu esteja perdida em meio a tantas lembranças ligadas a você.
Ainda me lembro do dia que a gente se "conheceu", ainda lembro do dia que a gente se conheceu de verdade, ainda lembro como éramos praticamente duas crianças se julgando super adultos, ainda lembro como "você pintou alegria" ao meu redor, ainda lembro como a gente mudou e ainda assim permanecemos nós mesmos.
E você me entende, como (quase) ninguém. Julgo até que você me conhece como (quase) ninguém. Você, até hoje, (e até o fim, espero) me alegra, me anima e é minha companhia. Por mais que você me irrite, por mais que eu queira te matar, por mais que eu saiba que você vai ficar todo metido e se achando por causa disso ; com absoluta certeza meus dias não seriam tão alegres e repletos de sorrisos sem você.
Obrigada por tudo! Desde os jogos no MSN até nossas apostas. E até o dia que a gente namora... ou se matar! HAHAHAHAH!
-Se eu te pedir em namoro você larga....?
Te amo! hahahahaha

quinta-feira, 18 de março de 2010

Desabafo

Ela sabia que precisava falar tudo que estava engasgado. Mas ela era uma espécie de covarde. Não queria ter aquela conversa, mesmo sabendo que era meio inevitável. Talvez seu maior medo fosse não conseguir dizer tudo o que tinha pra dizer. Nunca fora boa em falar coisas difíceis, complicadas e que envolvem seus sentimentos. Aqueles que, ás vezes, nem mesmo ela conseguia entender e aqueles que ela tentava a todo custo esconder e sufocar.
A imagem que ela vendia dela mesma era oposta a imagem que ela tinha dela mesma. Talvez oposta fosse uma palavra muito forte, mas era, com certeza, diferente. Será que isso era errado? Ela só queria parecer normal. Tinha lido por aí que é o que todos tentam. Ela queria que todos gostassem dela. Sabia que, no fundo, era o que todos queriam. Tinha medo de fracassar. E tinha certeza que todos sofriam desse mesmo medo. Apesar de tudo ela queria ter um diferencial em relação a todos, mesmo sendo o que todos julgam normal.
-Eu não agüento mais! Quem você acha que você é? Por que você sempre se julga melhor que eu? Você não tem nada que te torna melhor que eu! Você não é melhor que eu! Mesmo. Por que você insiste em briga comigo, me dar broncas? Você não é meu pai! Não precisa ficar cuidando de mim, eu sei cuidar de mim mesma. Sempre foi assim. Ok, eu admito que eu to num mau momento, que eu to perdida e to uma bagunça e não tenho a mínima idéia do que fazer. E, talvez, ter você por perto seria bom. Mas vai passa, como tudo sempre passa. Talvez não haja nada pra gente faze. E eu aqui insistindo. Em nada, literalmente. Você devia sumir, ia ser mais fácil mesmo que eu sinta sua falta. Eu não posso continua assim e eu sei disso. Muito bem.
-...
O espelho sempre fora um ótimo companheiro para seus desabafos. Lágrimas escorriam por seu rosto e seus olhos estavam verdes e tristes. Ela estava triste.

terça-feira, 16 de março de 2010

Silêncio

Ela não tinha nada contra o silêncio. Até gostava dele. Ouviu dizer por ai, através de lendas e sabedorias populares que quando duas pessoas conseguem ficar confortáveis com a ausência de barulhos, quando conseguem ficar sem pensar em mil coisas legais para falar ou outros mil assuntos legais sobre os quais uma conversa possa se desenvolver; é nesse momento que tais pessoas são amigas o bastante, o necessário, o suficiente.
Em outros tempos ela já provara de tal tipo de quietude. E ela aproveitou, curtiu, se deixou envolver e se deixou levar por tal silêncio. Era companheiro, sincero, significativo e tantos outros adjetivos que ela sabia de cor e guardava com tanto carinho e saudade.
Mas os tempos mudaram, como tudo. É a lei da vida. Sempre foi assim e sempre vai ser. E nada pode mudar isso. E ela não tinha problemas com mudança. Também meio que gostava delas. Seu maior problema e sua maior dor diziam respeito a outro fator. Era o fato de o antigo silêncio tinha se transformado num outro tipo de silencio que os afastava como nunca.
O atual silêncio era pesado, tenso, cheio de “sentimento” que era possível perceber até quando esse silêncio era quebrado por um simples “Bom dia!” que de simples não tinha absolutamente nada. O silêncio que raramente era quebrado quando era acabou se desdobrando em grosserias mais profundas.
Ela tava sofrendo. Gostava dele (muito!). Gostava (muito) das conversas e dos silêncios que eles tinham.
Agora ela andava quieta pela famosa avenida que tanto gostava e que tinha a marca dele naquele prédio. Apesar de todo o barulho de carros, ônibus, pessoas e afins ela parecia não ouvir nada. O silêncio imperava dentro dela. O mesmo que afastara ele dela. E ela, perdida, não sabia mais o que falar e tentava pensar em mil maneiras de quebrar tal quietude.

quinta-feira, 11 de março de 2010

"Nosso" Futuro

Eu não vou negra; aliás, eu não posso negar que eu adoro, que eu fico feliz e que esse sorriso idiota e ridículo surge no meu rosto cada vez que você vem. E você vem, sempre, com o seu jeito único, cativante e o que eu mais adoro e odeio: envolvente. Foi assim que tudo aconteceu; foi assim que você me “conquistou”.
Pode até ser radical e errado, mas você ta tão longe; embora minha vontade é que você estivesse aqui, pertinho de mim. E a gente não pode continuar assim desse jeito, a gente não pode continua com isso. A gente precisa de um fim, eu preciso de um fim. Porque ser sua amiga não é suficiente e eu me vejo com você.
E eu aqui sentindo sua falta, falta das suas besteiras, falta da gente e dos nossos momentos, das nossas conversas. E agora eu nos vejo investindo no “incerto”.
Talvez eu goste mais da imagem que você tem comigo e do que você representa pra mim do que propriamente de você. Ou não. Só sei que parte dos melhores momentos das minhas madrugadas foram ao seu lado e eu ainda lembro da sua voz, a melhor trilha sonora do meu “verão”.
Você foi minha melhor historia de verão e eu sonho que no fim da nossa comédia romântica nós dois estejamos felizes e não mais perdidos no meio de nós mesmo e de nossos momentos.

terça-feira, 9 de março de 2010

Querer

Eu quero grita. Eu quero sumir. Eu quero jogar tudo pro alto. Eu quero ter você do meu lado. Eu quero voltar a ser como era antes. Eu quero ser aquela menina animada, alegre que, infelizmente, grita. Eu quero ter você do meu lado! Eu quero poder conversar. Eu quero que você se importe do mesmo jeito que eu ainda me importo, mesmo que não pareça. Eu quero voltar a rir com você. Eu quero você fazendo parte da minha vida e eu da sua. Eu quero jantares com você a beira da piscina. Eu quero união. Eu já nem sei mais o que eu quero. Eu devia saber o que eu não quero, pelo menos.
Talvez de tanto querer e de tanto sonhar eu acabe sem nada, talvez faça parte do jogo. Eu só queria que você soubesse.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Definições

Percebo que o tempo já não passa
Você diz que não tem graça amar assim
Foi tudo tão bonito, mas voou pro infinito
Parecido com borboletas de um jardim
Agora você volta
E balança o que eu sentia por outro alguém
Dividido entre dois mundos
Sei que estou amando mas ainda não sei quem
Não sei dizer o que mudou
Mas nada está igual
Numa noite estranha,a gente se estranha,e fica mal
Você tenta provar que tudo em nós morreu
Borboletas sempre voltam
E o seu jardim sou eu




Nunca fui fã de definições e nem boa isso. Ate porque a genética me impede completamente de ter um poder de síntese suficiente, até mesmo pra isso. Certa vez eu vi que quem se define de um único jeito se restringe, tornando-se apenas aquilo sendo que é muito mais, sempre. (Alias, genial).
E foi aí que eu escuto:
- Ainda não te entendo, mas me divirto conversando com você. Assim, ainda não te decifrei.
- Já me disseram que meu modo de pensar é diferente do resto do mundo. Não sei porque.
- Isso eu já notei e arriscando um palpite, só acho que além de diferente, seu modo de pensar/agir é inconstante. Por isso fica difícil de entender.
- Como assim?
- Tem horas que eu noto uma menina mais questionadora (sobre tudo), mais desiludida [por falta de palavra melhor]. E tem horas que eu noto outra menina mais descontraída, mais livre [de novo, pela falta de palavra melhor], mais “mandando um foda-se pra tudo”. Entende? Se eu fosse te definir em uma palavra intensa cairia bem. E sem conta que eu não consigo ver maldade em você. (...)
Engraçado que é exatamente tal feito que se distingue nos meus dois mundos. Pra um tal definição é quase perfeita e se torna meu pior defeito dentre outros tantos (inesquecíveis). No entanto, a parte que eu julgo a mais interessante é aquela que você parece nem ligar, perceber, se importar ou até ser aquela que você julga o “erro de tal teoria”: a falta de maldade nos meus atos. Para alguém que conhece há tão pouco tempo isso parece tão obvio e pra você que é você, isso não faz sentido.
Já pra outra metade do meu mundo toda essa crise é completamente indiferente. Tanto faz a intensidade ou inconstância de meus atos. Para você o que me parece importar é o viver. Aquele viver como diz a musica “não ter a vergonha de ser feliz” mesmo com todas as implicações de tal decisão.
E no meio dessa bagunça toda (um parênteses: se eu fosse me definir acho que tal definição seria bagunça; uma bagunça bonita e cativante) eu me encontro aqui tentando definir vocês dois, os dois opostos e tentando me definir. Logo eu, a garota que detesta definições. E eu sei que a gente, em ambos os casos e individualmente, somos bem mais que isso. (A vida e o viver são mesmo uma ironia).