quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Motivo

Não sei o que escrever! Não sei sobre o que escrever! As palavras surgem, mas logo em seguida somem como se nunca tivessem aparecido. A caneta me encara e me desafia. Eu tento, mas logo fracasso. O papel também me encara. Penso como sinto falta da antiga e constante relação que mantinha com ele. Tudo parecia tão mais fácil. Mas às vezes acho e sinto que ele ri das minhas inúmeras tentativas.
É que logo minha mente voa para longe, para você. Memórias e lembranças me invadem e me levam para longe do papel e da caneta e de qualquer outra coisa ou pensamento que possa estar por perto. E então meu pensamento que já é constante em você se faz ainda mais presente, se é que isso é possível. E assim me pego pensando nos nossos momentos mais bobos e simples. Passeios no parque, jantares prontos em casa e conversas regadas a cerveja. Ou qualquer outra situação tão nossa cara que me fazem sorrir instantaneamente.
Penso que ao escrever para você ou sobre você soa tão clichê. As palavras nunca estão a sua altura, as descrições e os adjetivos nunca são suficientes, nenhuma representação se equivale a realidade. É... talvez não tenha como realmente como expressar isso, porque você, definitivamente, é o meu sonho que virou realidade. E isso eu não sei explicar, não tem como explicar. É o seu dom de me deixar sem palavras, com o pensamento só em você.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Tempo

O tempo já não passa, só anda pra trás
Me perco nessa estrada, não aguento mais
Ele se personifica. E me encara, com um ar misto de presunção e deboche. E lá está ele, com a sua maldita relatividade. Nunca odiei tanto Einstein e sua maldita teoria.
E ela é tão certa que não tem nem argumentação. Ela faz todas as inumeras horas que passo ao seu lado durarem o mesmo tempo de um piscar de olhos. E faz todas as outras durarem uma eternidade inexpressivel e inexplicavel.
E assim eu entro em guerra com algo que não se pode lutar contra. E assim começo a entender todos os clichês já lidos e ouvidos sobre o tema. Como tentar entender algo tão abstrato? Não tem como, penso com quase tanta certeza. Assim como não há explicação para todas as horas passadas com você.
E quanto a isso, pode passar o tempo que for e todas as horas que forem, eu creio e espero nunca saber explicar.
Essa é a graça, a sua graça, a minha e acima de tudo, a nossa graça que tanto me faz bem e feliz.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Conto de Fadas

Era uma vez uma criança que havia lido muitos contos de fadas. A princesa e o príncipe encantado que viviam felizes para sempre. E por incrível que pareça ela nunca se indentificou muito com tais histórias. Talvez nunca tenha realmente acreditado nelas.
E então ela cresceu e percebeu que gostar de alguém e esse mesmo alguém gostar de você, as vezes, não é o suficiente, não é o bastante. Engraçado (ou irônico), no fundo, mesmo sem querer, achava que quem insistia em lhe mostrar isso era seu príncipe encantado. Julgava-o tão perfeito, apesar de todos os seus - "insivisiveis" - defeitos.
Mas, no final, eles não viveram felizes pra sempre. E então ela passou a desacreditar ainda mais em contos de fadas. Julgava que serviam apenas para iludir, criar uma realidade completamente inexistente e equivocada.
Afinal, ao contrário de tudo que havia lido nas histórias, o cara malvado não era fácil de se enxergar. Pelo contrário. Talvez ele nem fosse realmente o cara malvado, mas com certeza, seu príncipe ele não era. Esse então, talvez nem devesse existir de tão dificil que era achá-lo. Doce ilusão. Tudo acontece por uma razão, porque tem que acontecer assim. O tempo age a sua maneira.
E então, como uma surpresa do destino tudo mudou. Sem aviso prévio, sem expectativas. Simplesmente aconteceu, como tinha que ser. Era ele, seu principe encatado. Como mágica feita por uma fada madrinha. É... tudo isso existe. Ele era imperfeito. Ria dela, fazendo-a rir. Irritava-a e depois a beijava fazendo-a esquecer de tudo. E eles foram felizes, sempre.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sem limites

Subestimei seu texto. Achei que seria muito fácil escreve-lo. Achei que seria fácil encontrar as palavras que descreveriam tudo da maneira correta. Me enganei. Muito forte.
Por diversas vezes tentei começa-lo e não consegui. Talvez porque com você tudo tenha sido diferente. Talvez porque por um lado eu estava muito certa de você e da nossa amizade. Mas por outro minhas primeiras impressões eram completamente equivocadas.
Pois é; você foi a primeira, a minha primeira. Parece que foi ontem, alias eu me lembro exatamente como se fosse ontem. Eu tava muito ansiosa pra começa uma nova fase. Você parecia tão delicada, frágil. Sem conta que com essa sua cara de santa me lembrava uma boneca de porcelana. É... Eu lembro que minha vontade era ao mesmo tempo de te proteger e de te deixar o mais feliz possível.
Hoje, não vejo muitas mudanças nesse quadro. Mas eu tenho que te dizer que você foi uma das minhas maiores surpresas. O quanto você mudou, me mudou. Como você mesma disse. Amadurecemos, nos apoiamos em momentos complicados, rimos, cagamos nossas vidas, oi?. Mas ainda hoje e até hoje minha vontade é de te proteger e te deixar feliz; por mais que você se mostrou e provou ser mais forte do que eu jamais imaginei.
Eu sei que é muito clichê fala isso, mas eu tenho muito orgulho de você e de ser sua amiga. Porque além de você ser uma pessoa maravilhosa, mas acima disso por você entender o que eu quero dizer quando te chamo de amiga. E isso não é algo descritível ou que se possa explica. Do mesmo jeito que o meu amor por você. Qualquer coisa que se diga é muito pouco perto do que você é, do que você é pra mim. Ainda bem que você entende quando eu digo: eu te amo muito!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Trégua

we're busy making big mistakes
Não gostava de admitir; procurava nem pensar no assunto; mas ele era um pensamento um tanto quanto presente.
Sabia que já devia ter feito a coisa certa há algum tempo, mas tinha medo. E se depois se arrependesse? Pior: e se mudasse de idéia? Ela se conhecia o suficiente para saber que essa era uma possível hipótese do futuro; por mais que as coisas tivessem mudado. Temia, bem lá no fundo, que a antiga imagem de porto seguro que lhe era referente voltasse a dominá-la.
Sempre foi uma garota meio impulsiva. Sabia todos os benefícios e malefícios de ser assim. Trazia arrependimentos de atos executados sem o devido pensamento mas também já fora surpreendida tantas vezes, e o gosto daquela felicidade era inesquecível.
-Você ta ocupado? Eu preciso falar com você.
-Não, pode falar.
-Eu não vim aqui pra brigar e nem quero isso, pelo contrário. Eu quero fazer as pazes com você.
-A gente não tá brigado pra ter que fazer as pazes.
-Pode até ser, mas a última vez que a gente se falou foi tenso. Não sei se voc~e lembra. Você meio que veio pedir ajuda e eu tratei com mil pedras na mão. E eu sei que você ficou puto, mas embora não parecesse eu tinha meus motivos.
-Relaxa, isso já passou.
-Eu sei, mas eu ainda acho que eu te devo desculpas. Álias, não só por isso.
-Como assim?!
-Posso falar? Tudo?
-Pode..
-Bom, eu tenho muita coisa pra te falar. Mas, sei lá, não vou ficar remoendo tudo. Não acho que valha a pena. Eu só queria que você soubesse que eu sei o quanto eu te magoei, mesmo. Mas te magoar me machucou mil vezes mais. E eu sinto muito.
-...
-Mas ao mesmo tempo, eu acho que você também errou comigo.
-Não, você tá certa. Muitas coisas que eu fiz, por mais que estivessem certas, foram feitas do jeito errado. Eu não devia ter brigado e gritado com você tantaz vezes.
-Brigada. Significa muito ouvi isso de você, mesmo.
-...
-Sei lá, você foi muito importante e me fez muito bem pra no fim a gente ficar assim. Se não fosse por você eu ainda estaria curtindo a vida muito louca. Voc~e me fez amadurecer e eu sou grata por isso.
-Eu não acho tudo isso, mas brigado. Também significa muito pra mim ouvi tudo isso. E eu curti muito o tempo que a gente ficou junto.
-Então, amigos?!
-Eu sempre fui seu amigo.
E então eles conversaram por algum tempo. Sobre a vida, o passado, o presente.
Ela se sentia completamente plena. Era como se fosse uma pessoa completamente diferente daquela que ele havia conhecido há um ano atrás. "É... MUITA coisa muda em um ano." pensou. Ela sabia que tinha feito a coisa certa, sentia-se madura por ter tomado a decisão de fazer o certo. Sentia-se plena e feliz para viver o que o futuro lhe reservaria.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Fases e etc.

Ontem eu era uma. Hoje sou outra. Completamente diferente. Completamente oposta. Ou não. Não tão diferente e nem tão oposta. Concluo: sou um misto do ontem e do hoje. Do antes de ontem e do depois de amanhã. Talvez eu seja uma pessoa mista. Mas não, acho que não. Já fui algo que hoje já desacredito que fui. E pode ser que isso se repita inúmeras vezes no futuro. Pode ser que não. E cada vez mais sou a mesma e sou outra. E juro que tudo isso faz muito sentido na minha (confusa) cabeça. Acho que tudo isso que quis expressar é aquilo que todos chamam de fases.
É.. eu também as tenho. Embora, de certa forma, deteste admitir. Já fui desde a menininha apaixonada e romântica até aquela garota (que se acha) inábaçavel e (aparentemente) não liga pra nada. Em ambos os casos penso que tudo era uma doce ilusão. Foi isso que aprendi com todas as fases que atravessei - além de que tudo com o tempo passa a sua maneira - não adianta tentar enganar os outros e principalmente a si mesmo, porque no fundo sempre se sabe. Vejo que todas as antigas versões de mim mesma, se assim posso chamar, me levaram a aprender e a "criar" a minha atual, digo até que me fizeram amadurecer a sua maneira. Hoje acordo e e tento ter o menor número de crises possíveis ao contrário de ontem; tento reprimir e esquecer todos os meus medos criados a partir de momentos passados. Hoje tudo que eu busco e que sonho é muito diferente do que já foi um dia. Cansei de ser uma bagunça, mas não de ser única, especial e intensa. Ainda hoje sonho em ser a menina mais feliz do mundo. Mas a diferença ficou no meio de se atingir porque hoje eu sei quem eu sou. E eu sou, muito, da mesma forma que eu sinto. É... hoje minha fase é a melhor, como tem que ser. E hoje eu sou a menina mais feliz do mundo.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Novos Diálogos, parte II

-Então, acho que é isso né?!
-É...
...
-Sei lá, detesto aeroporto.
-Por que?
-Não sei, se você parar pra pensa você tá indo embora e deixando um monte de gente pra trás. Sei lá, não gosto. E despedidas sempre são tensas.
-Mas reencontros só existem por causa das despedidas.
-Justo.
...
-Posso ser boba?
-Você nunca é boba, mas pode.
-Eu já meio que te falei isso antes, mas eu to com medo. Sei lá, eu vou embora e vai que as coisas mudam, você me esquece, sei lá.
-Isso não vai acontecer! A única coisa que vai mudar é que a gente não vai se ver e você vai me deixar morrendo de saudade.
-Você é lindo.
-Você que é linda. E me faz gosta de você.

E o melhor abraço do mundo ela recebeu. Ela não precisava de mais nada, todo o sentido e seguraça lá estavam. Ele a fazia bem, a fazia feliz.