segunda-feira, 31 de maio de 2010

O Sonho

Lá estava ele. Era obvio que logo que ele chegasse ela o avistaria. Parecia imã ou algo do tipo, que sempre a mantinha em constante ligação com ele. Sentia sempre uma certa ansiedade, borboletas brotavam em seu estomago.
Ficou ali, por muito tempo o observando. Aquele jeito a hipnotizava e fazia um sorriso tão doce surgir em sua face. Parecia que tudo passava a fazer sentido, como um nunca antes sentido. Parecia, também, contagiar.
E então ele se aproximou. Falou futilidades, falou por falar. Deu a entender que queria conversar. Ela sentiu. Sem mais explicações, apenas sentiu. Pela primeira vez, tentou controlar seu nervosismo e apenas viver, deixar acontecer.
Quando o viu de novo, ele dormia. Como antes e ela ficou apenas ali, observando. Sentia uma paz imensa dentro dela mesma, toda a tensão que antes sentia não parecia encaixar naquele momento. E assim ele acordou. E a viu, foi a primeira coisa que viu. A única. Era ela. Única. Especial. E isso agora já era suficiente.
- Te acordei?? Aii, desculpa. Não queria.
- Não, magina. Quer deita aqui também?
- Pode ser.
Ela deitou ao lado dele. Uma química, uma tensão, uma eletricidade começou a ser trocada entre os dois. Algo natural, mas incontrolável. Ambos perceberam, tentaram ignorar, mas era impossível. Não sei porque ainda insistiam em tentar, devia ter sido a força do habito. E meio sem explicação, eles estavam abraçados como antes. Ela aninhada em seu peito, como sempre gostou tanto.
-Sabe, eu andei pensando. As coisas mudaram né?
-Ou as pessoas mudaram.
-Você mudou. Eu tentei ignora isso, mas agora já não dá mais. – e um sorriso nervoso começou a aparecer no rosto sério dele.
-Eu to tentando. Ainda não sou a menina que eu quero ser, mas eu to no caminho certo. – disse ela se desvencilhando do abraço dele, mas apoiando o queixo em seu peito e olhando fundo em seu olho.
-E eu quero te ajuda nesse caminho. Você merece, agora.
É impossível descrever tudo que ela sentiu naquele momento. Naquela conversa toda. O sonho dela, enfim, estava acontecendo.
Só faltava o beijo, o dele. Que a fazia flutuar. E depois dele sempre vinha aquele abraço. E tudo estava resolvido. Eles ainda eram eles, agora mais que nunca.


Acordou confusa, o misto de realidade e sonho ainda a confundiam. Mas logo percebeu. “Tudo foi um sonho”. Não dava pa disfarçar a ponta de decepção que surgiu. Mesmo assim estava feliz. (Quase) Tudo que tinha relação com ele a deixava assim. E a simpatia dele, fez ainda mais com que o dia dele que estava sem cores e sem perspectiva torna-se o mais lindos dos dias. E a fazia voltar a sonhar, sempre.

Lugar

Procuro esconderijo. Procuro um refúgio. Até uma certa solidão. Um mundo no qual eu possa escapar. Lá, o escapismo tão citado pela literatura não teria a culpa acoplada. Nããão! Lá seria um lugar de encontros. Solitários, mas ainda sim encontros. Quem foi que inventou que a solidão é única e exclusivamente ruim?
Durante muito tempo acreditei nisso. Não sei porque e não sei pra que. Aprendi ao longo do tempo que a solidão é boa. São em momentos solitários que crio, e acho que todos nós criamos, as melhores teorias, solução a até mesmo fantasias.
É... é durante a minha solidão que crio, melhor que encontro meu abrigo. Aquele que me protege de tudo aquilo que eu nem sei mencionar. Nesse novo mundo não há espaços para tudo aquilo que eu cansei e não quero mais, mesmo tudo isso sendo tão variável e imprevisível; mesmo eu sendo meio assim ate. Há quem olhe de fuja porque não entende, porque é uma bagunça.
No meu mundo é como se a liberdade me prendesse. Nas minhas fantasias a única regra é ser fiel, a mim mesma, a tudo aquilo que eu sinto, que acredito e que acho certo. E tudo bem se tudo isso mudar cinco minutos depois. Porque lá eu sou eu mesma, sou quem eu quiser. Lá eu sou feliz, alegre. Lá ninguém enxerga o lado preto, branco e cinza do mundo e da vida. Lá sonhar é preciso porque sonhos não são besteira. Lá é o meu lugar, meu mundo, meu eu.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Inspiração

Ela vem. Do nada. Sempre. Quase sempre. Me tira desse mundo e me transporta pra um muito mais interessante. Minha mente entra em parafuso, fico ausente, fico absorvida em meus próprios pensamentos, devaneios, sonhos, opiniões e desejos mais secretos. É essa tal de inspiração que mexe comigo como nada, como ninguém.
É ela que faz eu me conhecer melhor a cada palavra escrita em uma folha em branco. É ela que me move, é dela que eu sinto falta quando seu oposto, o tão temido e conhecido Bloqueio Mental resolve dar as caras por aqui. Ela me faz entender melhor as situações que eu enfrento. Sem ela eu me sinto estranha, como se não coubesse nem mais um fio de pensamento em mim. Eu me sinto de certa maneira mais solitária. Por que ela é uma parte imensa de mim. Ela me faz tirar plenamente minha mascara, minhas barreiras, minhas amarras. Ela me fez ser eu mesma, sem medo, mesmo que na forma de palavras. É claro que estas também têm uma participação inquestionável nisso tudo. Mas nada funciona sem a inspiração, pois com ela tudo passa a fazer sentido, um nunca antes enxergado e imaginado, e ai sim as palavras fluem rumo ao seu destino final: o papel, agora já não mais tão em branco. Uma luz toma conta de mim e é assim que eu me sinto, iluminada. Por que sem a inspiração nada é tão claro. E nem eu sou tão eu.

domingo, 23 de maio de 2010

Uma noite, nova

Stop there and let me correct it
I wanna live a life from a new perspective
You come along because I love your face
And I'll admire your expensive taste
And who cares divine intervention
I wanna be praised from a new perspective
Aquela noite era diferente. A atmosfera era diferente. Um misto de ansiedade, tensão, nervosismo tentavam tomar conta dela; mas logo tais pensamentos eram afastados. Apesar dessa inquietação sabia que estava no caminho certo. Alem do mais sua decisão já estava tomada e seu objetivo traçado. Era exatamente isso que ela precisava.
Descobriu um novo mundo. Percebeu quão bom ele era, quão divertido. Pela primeira vez quis ficar com seus amigos, dançar com eles, aproveitar com eles, brindar com eles por todos estarem juntos. Pela primeira vez deixou realmente a musica entrar dentro de si e sentiu-a como nunca. Aprendeu a rir das situações, aprendeu a curtir de um jeito oposto ao de antes e para sua surpresa riu como antes ria e ficou mais feliz do que costumava ficar.
Viu como tudo valia a pena, por outros motivos, inúmeros. Quando voltou ao mundo normal, ao mundo real, sentiu-se plena. E percebeu que não precisa de (quase) mais nada. Precisava de tão pouco, alias.Era completa. Era (muito) feliz
.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Cansei

Eu cansei de ser a Marissa Cooper. E você cansou de sempre vir me salvar.
Eu cansei de chora. E você cansou de me consola.
Eu cansei de fazer drama. E você cansou de (tentar) me acalmar.
Eu cansei de ter crises. E você cansou de tentar resolve-las.
Eu cansei de te decepcionar. E você cansou de se decepcionar.
Eu cansei de ser essa menina. Você cansou dessa menina.
Eu cansei de jogar esse joguinho. No fundo, você também cansou.
Eu cansei da minha máscara. E você, por cansaço, passou a acreditar que ela era o real.
Eu cansei das minhas defesas e barreiras. E você, cansado, acabou criando as suas.
Eu, cansada, cansei de me culpar. Já você, simplesmente se cansou.
Eu cansei de fingir, de não admitir. Talvez você tenha cansado de fazer isso na hora certa. E agora você cansou de espera.
Eu não me canso de você, nunca. E por algum motivo que eu não faço a mínima idéia de qual seja, minha intuição me diz que você também não.
É.... Talvez a gente não se canse de ser sempre a gente.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Loucura

Ficou ali parada por horas. Pareceram minutos, mas a mudança da coloração do céu, que de azul transformou-se em um laranja avermelhado por conta do pôr do sol até seu completo escurecimento a fizeram perceber quanto tempo realmente havia passado.
Na avenida que se encontrava abaixo dela inúmeros, incontáveis carros passavam. Na passarela onde se encontrava varias pessoas também ali transitavam. Tudo aquilo transmitia a ela uma sensação de loucura e mesmo assim de certa forma era tudo tão controlado. Tão perfeito, tudo estava acontecendo como devia acontecer.
Pensou que dentre tantos outros aquele era seu lugar favorito. Sabia que ao observar toda aquela movimentação afastava sua mente de tudo que passava como borrões sobre ela. Aquela loucura parecia afasta-la de sua própria.
- Sabia que ia te encontra (aqui). Não adianta tenta fugi uma hora ou outra a gente ia ter que se encontra de novo.
-...
- Você anda me evitando, se distanciando.
- É?! Nem tinha reparado.
- É... Agora você é irônica. Você sabe o que dizem, ironia é uma ferramenta usada por pessoas fracas para esconder sua própria fraqueza.
- Nunca tinha ouvido essa frase. Mas o fato de estar vindo de você já me diz muita coisa.
- Pode me atacar o quanto você quiser. Você sabe quem aqui ta certo e quem ta errado. E de antimão já te aviso: você ta errada. Então pode parar de posar, a gente sabe que você não é assim.
- Ah é?
- Você sabe que no fundo você é fraca. Sensível. Sentimental. Você se importa demais. Por isso que nada ta certo com você. Por mais que você esta cada vez mais fundo nesse poço que você mesma criou pra você.
- ...
- Você é burra. No fundo, tudo isso é sua culpa. Por isso houveram as partidas e você só piorou tudo.
- Quer saber??? Eu não me importo mais com você, alias eu nem sei o que ainda ta fazendo aqui! Já era! Some da minha vida e de mim.
E saiu andando decida. Aquela era uma parte e uma versão de sua vida que nunca mais queria reviver. Tinha mudado e não queria nunca mais voltar aquela versão dela mesma que ficou ali sozinha, vendo uma pessoa muito melhor ir embora, sem nem sequer olhar pra trás.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Don't

Não.... Não me deixe (aqui, sozinha). Suplico que não me mate dentro de ti.
Não deixe que as mágoas do passado te tornem uma pessoa amarga. Não... Você é bom demais pra isso!
Não deixe que o cotidiano o cegue.
Não deixe que o cansaço o faça desistir. Nunca. Seus sonhos e desejos mais secretos são uma espécie de combustível e força que o movem.
Não permita que os seus pensamentos e sua razão esfriem toda a emoção, o sentimento e a intensidade que transbordam de seu coração. Se permita!
Não deixe de perdoar, de corpo e alma, quem um dia o decepcionou. E mais importante, não deixe de perdoar a si próprio.
Não perca tempo demais pensando tanto no passado, no presente e no futuro e viva! Perceba o mundo ao seu redor, seu mundo, pois estes estão em constante mudança.
Não deixe de falar, não deixe de expor o que se passa na sua cabeça, o que você sente. Por mais que não admita, ambos sabemos que isso só piora.
Não deixe de sorrir. É contagiante.
Não pare de acreditar. Se deixe surpreender. (Quase) Sempre. E ao mesmo tempo surpreenda, também.
Não perca a paciência. Tudo dá certo, confie.
Não seja apressado ou afobado. Desvenda o mistério do tempo aos poucos.
Por fim, não vá embora, acredite em mim do jeito que seus olhos dizem pra fazê-lo. Pode ter certeza que você vai ser bem mais feliz.
Sim.

domingo, 9 de maio de 2010

Antes de mais nada

É melhor ser alegre do que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
Já perdi dias por falta de sorrisos, alegrias, simpatias e risadas. Já me revoltei com o mundo, com as minhas bases, com os melhores. Já descontei minha raiva, minhas frustrações e minha angustia através de patadas nas pessoas que sempre estiveram lá pra mim. Já achei que minha felicidade estava diretamente relacionada ao número de crises e tensões que eu tinha por dia. E assim eu fui levando a vida por tempo demais.
Até que de repente tudo parou de fazer sentido. Tal sistema deixou de funcionar pra mim como um dia havia funcionado. Senti que tudo estava indo pelo caminho errado e que eu não estava aproveitando tudo que me era oferecido da maneira apropriada. Comecei a perceber quão cansativas eram minhas crises, tensões e acima de tudo meu mau humor (e até mesmo meu pessimismo). Parecia que cada vez mais eu me afundava nesse ciclo vicioso. E então assim começou o processo que eu tanto precisava: o de mudanças.
Com o tempo pude perceber quão comuns e necessárias as mudanças são. Elas começam a demonstrar sua necessidade de maneira quase imperceptível até o momento em que chegam ao ponto crucial. E foi exatamente assim que tudo aconteceu. Passei a perceber que gosto delas e que, na maioria das vezes, elas são boas pra mim.
Seria muita hipocrisia da minha parte negar, esquecer ou omitir a participação dele em tudo isso. Sim, ele tem grande influencia em grande parte da minha vida e em grande parte de mim, até. E da maneira dele me fez perceber a aventura errante que eu estava. Sofri. Briguei. Ignorei palavras carinhosas e só passei a ouvir o que me falavam brigando. Chorei. Xinguei. Demorei a entender. Demorei a perceber. Precisei de ajuda, de apoio, de inúmeras conversas. Tive que aprender da pior maneira, pois assim seria mais fácil de nunca mais me esquecer. Aprendi! E muito, principalmente a acreditar. Em tudo de modo geral. Mas principalmente em mim e no tempo, pois esse sim resolve tudo, mesmo que a sua maneira. Clichê, mas verdade. E de tantos jeitos ele mudou a minha vida, me mudou, me fez ver que tal mudança beneficia a mim, acima de tudo.
Hoje me vejo como alguém mais calma e mais bem humorada, mais feliz até, mais tranqüila, mais otimista. É inegável que eu ainda enxergo os problemas, fico irritada, sou grossa e faço piadinhas sem noção. Mas o que mais importa é que o que antes muitas vezes me machucou, hoje me alegra, é meu porto seguro, meu refugio, meu lugar, feliz. E é assim que eu me sinto. Feliz. Porque é isso que eu quero.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

É... São sonhos

Sonhava. Desde de sempre. A todo o momento. Criava teorias, cenas, situações, refúgios, soluções e até problemas. Encontrava nos sonhos seu porto seguro, seu lugar. Gostava desses momentos, gostava dos pensamentos pelos quais sua mente vagava sem destino, sem hora pra volta, sem nada. E detestava quando alguém a tirava de lá. Sabia que nunca mais conseguiria repetir os caminhos seguidos, estes estavam perdidos pra sempre.
Lembrava de ter sonhado e imaginado sua vida inteira; como uma meta que desejava alcançar. Lembrava também que em determinado momento havia se perdido. Sentia como se tudo que tinha sonhado não podia mais ser tornar realidade. E tudo fora tão de repente. Era como se aquele não fosse seu destino, mas de outra pessoa. Tentava voltar ao que era no passado, mas parecia fazer tanto tempo. Parecia em vão. Não conseguia, mas não queria desistir de tudo ainda. Eram seus sonhos, afinal. Não podia negar que no meio disso tudo existia ainda, um fator determinante mesmo que seu desejo oscilasse nisso tudo.
Talvez conforme cresceu passou a perceber que podia ser quem e o que quisesse. Que assim como seus pensamentos e sonhos, suas múltiplas personalidades e versões de si mesma podiam aparecer e desaparecer com certa facilidade. (Talvez tenha sido ai que tenha se perdido). E assim as duvidas também surgiram. Quem queria ser agora? Qual delas era melhor? Tanto pra si mesma quanto para todos.
Era obvio que estava mudando, e não de uma maneira inconstante. Dessa vez era diferente. As causas eram diferentes e queria que as conseqüências também fossem. Sonhava agora em encontra um lugar, o lugar. Aquele no qual tudo faria sentido. O sentido que tanto faltava agora. Que suprisse a falta que sentia, aquela que nunca havia sentido antes. E assim nunca mais se sentiria sozinha....

domingo, 2 de maio de 2010

Dúvidas

Desistir ou seguir em frente?
Sim ou não?
Tomar decisões ou empurrar com a barriga?
Falar ou escrever?
Escrever?
Esquecer?
Máscara ou por baixo dela?
Certo ou errado?
Rotina ou surpresas?
Tranqüilidade ou crises?
Arriscar-se ou permanecer no seguro?
Dizer ou ficar calada?
Normal ou diferente?
Encontros ou desencontros?
Destino ou falta de saída?
Você ou outro?
Dúvidas ou certezas?
Certezas?
Chances ou fins?
Sentir ou sufocar?
Afastar-se ou aproximar-se?
Satisfação ou insatisfação?
Ciúmes ou segurança?
Maturidade ou imaturidade?
Chances ou fins?
Fins ou começos?