sábado, 10 de julho de 2010

Minha saudade


Certa vez li um texto que falava sobre saudade. Essencialmente dizia que a saudade era não saber. Não saber se ele continuava se irritando com o transito. Não saber se ela continuava a amar ir ao cinema. Não saber se ele ainda ri daquele jeito tão dele e tão espontâneo e se ela continuava a acreditar em (quase) tudo que (ele) diziam. Lembro que, na época, achei o texto um dos mais lindos que já havia lido. Lembro ainda como concordei com tudo que ele dizia e como ao terminar meus olhos estavam cheios de lagrimas.
Já hoje, apesar de ainda achar o texto lindo, tenho uma visão diferente. Não sei se é o momento e não sei quanto tempo isso vai durar. Mas hoje, pra mim a saudade é saber. Saber que 357 km separam São Paulo e Rio de Janeiro. Saber que sim, ele ainda se irrita com o transito caótico e com os motoristas irritados e folgados. Saber que não tem ninguém lá do lado dele, no banco do carona, pra acalmá-lo ao menos um pouco. Saber que no fim do dia o melhor abraço do mundo não vai ser possível de eu receber, por maior que seja a minha vontade. Saber tudo o que aconteceu durante o dia e de certa forma não ter feito parte. Saber que meus dias não são mais meio corridos. Saber que eu não vou mais me preocupar com que roupa eu vou usar a noite pra te ver. Saber que duas semanas nem vão passar tão rápido como eu achava queria quando você me acostumou tão mal a te ver todo santo dia.
Essa é a minha saudade, tão grande, de você. Mas apesar do medo eu sei que tudo vai ficar bem.

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