quarta-feira, 3 de março de 2010

Definições

Percebo que o tempo já não passa
Você diz que não tem graça amar assim
Foi tudo tão bonito, mas voou pro infinito
Parecido com borboletas de um jardim
Agora você volta
E balança o que eu sentia por outro alguém
Dividido entre dois mundos
Sei que estou amando mas ainda não sei quem
Não sei dizer o que mudou
Mas nada está igual
Numa noite estranha,a gente se estranha,e fica mal
Você tenta provar que tudo em nós morreu
Borboletas sempre voltam
E o seu jardim sou eu




Nunca fui fã de definições e nem boa isso. Ate porque a genética me impede completamente de ter um poder de síntese suficiente, até mesmo pra isso. Certa vez eu vi que quem se define de um único jeito se restringe, tornando-se apenas aquilo sendo que é muito mais, sempre. (Alias, genial).
E foi aí que eu escuto:
- Ainda não te entendo, mas me divirto conversando com você. Assim, ainda não te decifrei.
- Já me disseram que meu modo de pensar é diferente do resto do mundo. Não sei porque.
- Isso eu já notei e arriscando um palpite, só acho que além de diferente, seu modo de pensar/agir é inconstante. Por isso fica difícil de entender.
- Como assim?
- Tem horas que eu noto uma menina mais questionadora (sobre tudo), mais desiludida [por falta de palavra melhor]. E tem horas que eu noto outra menina mais descontraída, mais livre [de novo, pela falta de palavra melhor], mais “mandando um foda-se pra tudo”. Entende? Se eu fosse te definir em uma palavra intensa cairia bem. E sem conta que eu não consigo ver maldade em você. (...)
Engraçado que é exatamente tal feito que se distingue nos meus dois mundos. Pra um tal definição é quase perfeita e se torna meu pior defeito dentre outros tantos (inesquecíveis). No entanto, a parte que eu julgo a mais interessante é aquela que você parece nem ligar, perceber, se importar ou até ser aquela que você julga o “erro de tal teoria”: a falta de maldade nos meus atos. Para alguém que conhece há tão pouco tempo isso parece tão obvio e pra você que é você, isso não faz sentido.
Já pra outra metade do meu mundo toda essa crise é completamente indiferente. Tanto faz a intensidade ou inconstância de meus atos. Para você o que me parece importar é o viver. Aquele viver como diz a musica “não ter a vergonha de ser feliz” mesmo com todas as implicações de tal decisão.
E no meio dessa bagunça toda (um parênteses: se eu fosse me definir acho que tal definição seria bagunça; uma bagunça bonita e cativante) eu me encontro aqui tentando definir vocês dois, os dois opostos e tentando me definir. Logo eu, a garota que detesta definições. E eu sei que a gente, em ambos os casos e individualmente, somos bem mais que isso. (A vida e o viver são mesmo uma ironia).

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