quarta-feira, 24 de março de 2010

Sobre o escrever

Escrever sempre esteve muito presente na minha vida, desde quando nem me lembro direito. Com o passar do tempo, dos anos e de meu amadurecimento o ato de escrever ganhou e perdeu espaço dentro e mim. Digo ganhou porque em diversos momentos fiz disso meu apoio e perdeu já que crescer é um saco e em tantos momentos, por diversos motivos advindos de viver, esqueci de tal paixão.
E, sim, hoje eu chamo o ato de escrever de paixão. Em tantos momentos subestimei o que sempre me atraiu tanto. Mas a vida, sempre cheia de idas e vindas, me deixava a todo o momento no mesmo lugar, com um papel e uma caneta e meus vários sentimentos confusos, mistos e complicados tais como eu. E sempre nesses momentos que eu sabia que eu precisava me encontrar e foi a escrita que me ajudou; se não a me encontrar como pessoa me ajudou a encontrar a paz necessária para continuar.
Apesar de não gostar de definições, hoje percebi que meus textos são minha válvula de escape nesse mundo louco, meu encontro comigo mesma quando me sinto perdida, meu mundo paralelo. Pode não fazer sentido, mas nunca, pra mim tudo pareceu tão obvio e claro.
Quando decidi fazer o blog fiquei muito insegura e com medo de não ser boa o suficiente, com medo de meus textos não serem bons o suficiente, com medo de não agradar, com medo simplesmente. Escrever pra mim sempre foi complicado já que quando coloco todas as palavras no papel estas são a tradução dos meus pensamentos, do que se passa na minha cabeça de uma maneira simplificada e (muito) mais organizada. Apesar de não parecer sou tímida e quando escrevo essa timidez parece não importar pra mim, ocorre uma completa entrega. No entanto, quando descubro que alguém leu o que eu escrevi, quando descubro que alguém “leu minha mente, meus pensamentos” me sinto desprotegida, nua, vulnerável.
E hoje me senti muito assim, talvez ate por conta da pressão que eu mesma coloquei sobre mim. Fiquei com medo de ser repetitiva, monótona a ate mesmo fútil. Não queria que pensassem “Que saco, ela sempre escreve sobre a mesma coisa!”. Foi ai que de novo me encontrei com o papel e a caneta e meus sentimentos pra tenta entender tudo isso.
Li por ai que a escrita é uma produção artística e eu sempre enxerguei os artistas como pessoas passionais, movidas cem por cento do tempo por seus sentimentos, paixões, pensamentos e vontades. Nunca, nem de longe, os achei fúteis. Pelo contrario, simpatizo com eles e até meio que me identifico. Li também que quando se deixa influenciar por fatores externos tudo isso perde sua essência.
Pois é, percebi que posso ser repetitiva e monótona, mas eu sou movida a crises, sentimentos, confusões e passionalidade. Sou intensa e transmito tudo o que sinto através de meus textos e que se não for assim talvez não valha a pena pra mim. Ao mesmo tempo a vida está aí pra corrermos riscos e escrever também é um risco, uma exposição e às vezes devemos nos arriscar e nos expor em algo nunca antes imaginado, e arriscar talvez me faça bem. É claro que agradar a todos é algo impossível, mas já me dou por satisfeita se alguém, uma pessoa que seja, se identificar com tudo o que eu quero falar, se o que eu escrevo tocar a vida de alguém como tantas vezes o que outras pessoas escreveram me tocou, fez com que eu me identificasse e por um segundo pareceu mudar minha vida, me fez ter vontade de mudar e mudar o mundo, o mundo ao meu redor, as pessoas ao meu redor. Isso já me parece uma tarefa e tanto. E só isso parece importar, é como se só isso bastasse, a “arte” de escrever feita por uma “artista” passional e apaixonada pelo seu mundo paralelo, feito de suas crises (fúteis ou não), desejos, paixões, pensamentos e vontades.
Termino por aqui minha digressão. Muito mais leve tranqüila e compreendendo um pouco mais de tudo e muito mais apaixonada pelo escrever.

4 comentários:

teh disse...

concordo totalmente! vc não tem que ficar com medo de ser quem vc é.. apenas seja ;)
tá LINDO!

rafirus disse...

Sensacional, Bru! Adoro ler seus posts. Falam sobre coisas interessantes e de maneira excepcional. Acabo me identificando com muita coisa que leio, o que torna a leitura mais viciante! Amei!

Fe disse...

"Os momentos felizes dos alguns de fotos, só estão lá, pq aconteceram momentos tristes entre eles"

Kaká disse...

Eu amoo seus textos de verdade.