quarta-feira, 31 de março de 2010

Ser

Sim, eu sou uma pessoa feita de defeitos e qualidades. Sei que parece óbvio, mas tal fato é esquecido com uma freqüência muito recorrente. Apontar o dedo e julgar falando que o que eu faço é certo ou errado ou ridículo é fácil demais. Difícil é ser. Alias, bem difícil.
Se grandes filósofos já dedicaram tantas teorias e tempo com tal questão, não seria diferente comigo. Ainda mais quando definições sobre nós mesmos se tornam limitadas para mostrar ao mundo quem somos de verdade. Mas afinal, quem eu sou? Sempre achei que eu devia ter uma resposta pronta pra tal pergunta. E hoje eu não tenho. Atrevo-me a dizer que nunca tive e nunca terei. Percebi, no entanto, que até mesmo tal resposta é uma limitação tornando-se, assim, desnecessária. Eu sou mais, muito mais, que meras características colocadas em ordem. Todo mundo é. Além disso, cada dia é um dia e por ser diferente nós mudamos. É como se deixássemos de ser nós mesmos sem deixar. Uma certa mistura do meu velho com o meu novo eu.
Sou uma menina que devia ser mulher. Sou uma mulher com jeito de menina. Sou um misto de menina e mulher. Sou fiel ao que eu sinto. E eu sinto, muito. Sou quase movida pelo sentir. Tenho vontades e as realizo. E agora eu só quero ir pra casa de novo porque é como se eu tivesse em reparo, me cuidando porque é difícil ser. E eu sou, “simplesmente” eu.

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